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Meditação como tratamento complementar de saúde em hospitais

Meditação como tratamento complementar de saúde em hospitais
Médicos e praticantes contam como a meditação pode ajudar a prevenir doenças e até curar outras através do treinamento mental – isso porque essa técnica provoca mudanças fisiológicas no organismo
LAURA LOPES

Ricardo Zanardi Ramalho

Um dos grupos de idosos de uma UBS em SP: eles aprendem técnicas de relaxamento, concentração e meditação

“Meditar é a mesma coisa que ir a um spa e ficar relaxando”. Se você pensa assim, não está distante do senso comum, mas pode estar perdendo a oportunidade de experimentar os benefícios da meditação. Técnica tradicional no Oriente, a meditação é objeto de estudo entre especialistas ocidentais há décadas. Aos poucos, vem ganhando adeptos no Brasil e seus benefícios já são detectados até mesmo em experiências clínicas.

Ricardo Zanardi Ramalho é médico da família e clínico geral em São Paulo. Há seis meses, vem aplicando, em Unidades Básicas de Saúde da cidade, técnicas de meditação para grupos da terceira idade, dependentes químicos e pessoas com transtorno de ansiedade, depressão e estresse. Alongamentos, exercícios leves, e de concentração e respiração completam o tratamento. Os resultados ainda não são rigorosamente científicos, mas Ramalho conta que, ao fim da prática, os pacientes apresentavam melhorias: muitos tinham a pressão arterial reduzida, alguns portadores de distúrbios do sono relataram grande melhora e deixaram de usar medicações controladas. “A meditação exige esforço, empenho, é um processo ativo”, diz Ramalho. “Ela envolve desenvolvimento cerebral e provoca mudanças estruturais no cérebro”.

Essas mudanças observadas pelo médico vêm sendo detectadas em estudos científicos há várias décadas. Desde meados dos anos 1970, o médico Herbert Benson publica livros e artigos científicos sobre o tema. Hoje, além de professor da Faculdade de Medicina de Harvard, é diretor do Instituto Benson-Henri (BHI), do Hospital Geral de Massachusetts, que investiga a interação mente/corpo por meio de preceitos da medicina, ou o que ele chama derelaxation response (resposta de relaxamento). Benson, sua equipe e inúmeros cientistas mundo afora já conseguiram provar que meditar diminui o metabolismo, os batimentos cardíacos e o ritmo da respiração, provoca relaxamento muscular e sensação de bem-estar, reduz a pressão sanguínea e aumenta a temperatura corporal periférica. Este último reflexo, dizem os especialistas, seria a razão de os monges budistas não sentirem frio mesmo em baixas temperaturas.

 

 Você pensa que meditar é fácil?
Na população em geral, principalmente no Ocidente, onde desde cedo as pessoas têm seus cérebros treinados a serem hiperativos e muito mais focados nos aspectos externos do que internos, este treinamento pode gerar um certo desconforto, ansiedade e fazê-la desistir antes mesmo que possa alcançar os benefícios iniciais (que são muitos) e conhecer de fato o processo. É como um macaco que pula de galho em galho e fica extremamente irritado quando necessita fixar-se a um mesmo galho por um longo período de tempo.O aviso é do médico Ricardo Zanardi Ramalho. No começo, ficar na mesma posição durante muito tempo causa dores. Além disso, a concentração profunda exige muito esforço e dedicação. Alguém já tentou se concentrar em sua própria respiração e no funcionamento do seu organismo, sem pensar em mais nada? Esta repórter tentou várias vezes durante a apuração da reportagem e, das duas, uma: ou relaxava tanto que adormecia ou se pegava pensando em milhões de coisas ao mesmo tempo, sem nem perceber em como os pensamentos tinham ido da concentração aos problemas que perturbam diariamente…

 

A ciência provou até que quem medita por um longo período pode sentir menos dor do que aqueles que não meditam. Um grupo da Universidade de Montreal publicou um trabalho, há quatro meses, mostrando por meio de imagens de ressonância magnética, como o cérebro de quem medita reage a estímulos de dor. Embora o praticante conheça a dor, ela não é processada na parte do cérebro responsável por avaliar, raciocinar e memorizar informações. “Achamos que [quem medita] sente as sensações, mas encurta o processo, impedindo a interpretação dos estímulos dolorosos”, diz o principal autor do trabalho, Pierre Rainville. É como se quem medita desligasse certas áreas do cérebro receptivas da dor, mesmo experimentando-a.

Fabiana Gomes

O monge Bhante Yogavacara Rahula em visita ao Brasil

Para os budistas, há uma fórmula subjetiva para essa explicação científica da dor. Em recente visita ao Brasil, na qual palestrou sobre meditação para especialistas e leigos na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, uma das mais respeitados do país, o monge Bhante Yogavacara Rahula, do monastério Bhavana Forest, nos Estados Unidos, explicou que sofrimento = dor x resistência. A fórmula significa que quanto mais resistência você oferece à dor, mais você se apega a ela, causando mais sofrimento. Em caso de resistência zero, o sofrimento decorrente da dor é nulo. Uma mente bem treinada faz com que você não dê tanto peso às intempéries, e isso o afasta daquilo que é ruim. “O segredo é não lutar contra as realidades da vida, contra a impermanência”, afirma Rahula. “Dor é dada, sofrimento é opcional”, diz.

Rafael Ortiz, ortopedista do Hospital das Clínicas, explica. “Toda experiência cognitiva surge por um tempo e desaparece. Só que as nossas lembranças fazem com que o Sistema Nervoso Central continue reverberando aquela sensação já experimentada por meio de estímulos nervosos”, afirma. Por exemplo: se você estiver de olhos fechados e sentir algo tocando sua bochecha, pode concluir várias coisas. Se acontecer no meio de uma floresta, e sentir medo, pode achar que é uma aranha. Se estiver com o namorado, que se trata da mão dele. “A experiência adquirida muda como você interpreta as sensações”, diz. A intenção da meditação é fazer com que as pessoas se desapeguem dessas memórias e, com isso, consigam se livrar da dor rapidamente.

Ortiz começou a meditar há nove anos mais por uma busca existencial do que por problemas de saúde. Hoje diz que os benefícios da meditação Vipassana – a que ele pratica e uma das várias técnicas existentes – são inúmeros. Antes, o médico tinha muita dificuldade para respirar com o nariz por conta de uma má formação do palato e por crises de rinite – agora não mais. Ele também sofria de asma e tomava muitos remédios, abandonados atualmente. Quando criança, era avaliado como se tivesse transtorno de déficit de atenção. “Eu me tornei uma pessoa mais calma nos últimos anos. E, sem dúvida, tem a ver com a meditação”, afirma. Segundo Ortiz, as pessoas confundem felicidade com excitação. Depois da meditação, ele descobriu que a felicidade está ligada à paz e à tranquilidade.

Tony Genérico

O médico Rafael Ortiz curou seus problemas respiratórios, e sente-se mais calmo e preparado para lidar com dificuldades

A hoje empresária chocolatier Cintia Sanches Lima era executiva de marketing de uma multinacional antes de descobrir o que diz serem os benefícios da meditação. Por estresse e desconforto físico, teve duas infecções respiratórias fortes, que a obrigavam a dormir apenas três horas por noite. Resolveu pedir demissão. “A meditação foi uma surpresa pra mim”, diz, sobre seu primeiro contato com esta técnica milenar: uma reportagem de TV. Ela viajou para o Nepal e passou 45 dias em um monastério para aprender técnicas de meditação. Hoje pratica todos os dias e há mais de um ano não tem mais crises respiratórias. “Minha saúde melhorou muito. Se começa um resfriado, eu sinto bem no começo, muito antes de se manifestar, e passo a me cuidar melhor”, afirma. Além da saúde, Cintia percebeu uma mudança em seu comportamento. “Eu comecei a pensar melhor, a mente fica clara e aberta. Também ajuda na criatividade”, afirma. Segundo ela, foi assim que conseguiu empreender, com sucesso, seu próprio negócio. Mas ela avisa: a meditação não é um remédio que começa a fazer efeito rapidamente. “Você continua com os problemas, mas sabe lidar melhor com eles. São ferramentas que ajudam no seu controle mental”, diz.

No budismo, a sensação de paz interior tem a ver com a clareza mental que a técnica permite aos praticantes. Segundo os ensinamentos de Buda, o sofrimento humano é decorrência de um tripé: cobiça (desejar além do necessário para satisfazer prazeres e vícios), raiva (o apego estimula a raiva, a vingança e a violência) e ignorância (não conhecer a interação corpo/mente). Desapegado desses sentimentos, prossegue a teoria, o homem consegue manter um afastamento sadio das situações para tomar atitudes mais bem pensadas, justas. A meditação, por meio de transformações fisiológicas, teria a função de fazer com que o praticante alcance uma capacidade cognitiva acima da média e experimente a vida com menos agressividade, com menor resposta ao estresse.

 

A meditação pode ser usada no combate a:
 • hipertensão;
• doenças ligadas ao estresse;
• depressão, ansiedade e raiva excessiva;
• insônia;
• infertilidade;
• artrite;
• irregularidades nos batimentos cardíacos;
• no tratamento da dor em doenças crônicas,
• e para melhorar o sistema imunológico.Em casos em que não a doença não pode ser curada, a meditação pode ser usada como recurso terapêutico a quem não responde bem a tratamentos convencionais, ou em conjunto com eles.

 

A calma produzida pela meditação foi explicada cientificamente em 2009, por pesquisadores ligados ao Hospital Geral de Massachusetts. Eles analisaram a densidade da massa cinzenta em uma área do cérebro chamada amígdala (que nada tem a ver com a amígdala da garganta), reguladora da resposta ao estresse, como liberação de hormônios, aumento da pressão sanguínea e expressão facial de medo. Os participantes relataram altos níveis de estresse no mês anterior ao experimento. Depois de oito semanas de práticas como meditação, yoga e vivências em grupo, todos os participantes relataram uma significante redução do estresse. E, quanto maior a diminuição do estresse experimentada, maior a diminuição da densidade da amígdala direita. Isso significa, também, que essa parte do cérebro modela o comportamento inicial de percepção automática do estresse (como xingar o motorista do carro da frente que te deu uma fechada). Se a densidade da amígdala diminui, esse tipo de resposta ao estresse será menos frequente.

Foi por isso que Natália Parizotto, pesquisadora e estudante de Serviço Social, começou a meditar há três anos. “Para parar de chorar e brigar, melhorar o relacionamento com as outras pessoas. Eu reagia de uma forma que não era devida”, diz. Hoje ela consegue ter controle sobre suas reações, pensa melhor antes de agir – ou seja, não tem mais um comportamento automático frente aos estímulos de estresse. “Eu consigo fazer atividades mais chatas e dou menos peso (a elas). Eu diferencio o que é a coisa em si do meu estado de espírito”, diz. Mas essa tranquilidade em tomar decisões diminui quando ela fica muito tempo sem meditar –Natália relata que perde a paciência mais facilmente e volta a ter um pouco do comportamento explosivo anterior.

Andreza Gonçalves Mendonça de Oliveira

Andreza deixou a carreira administrativa e hoje estuda terapias holísticas depois de se livrar da síndrome do pânico com a ajuda da meditação

Esse processo também é explicado pela ciência. Em janeiro deste ano, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison publicaram um artigo dizendo que a resposta automática ao estresse até então conhecida – aquela que aumenta os níveis de adrenalina, faz você correr ou gritar em situações de perigo, o chamado “instinto de sobrevivência” – confunde o cérebro. Essa resposta pode romper com a habilidade de pensar claramente e tomar decisões complexas. Já o praticante de meditação fica menos alerta diante de um estímulo de estresse, mas com maior capacidade de tomar decisões estratégicas.

Obviamente essas mudanças nas tomadas de decisões surtem efeitos sobre o estado psicológico do indivíduo. Segundo um trabalho do Centro de Dependência e Saúde Mental (CAMH), no Canadá, publicado no Archives of General Psychiatry em dezembro de 2010, a meditação oferece a mesma proteção que antidepressivos contra recaídas. Durante 18 meses após uma crise e posterior melhora, pacientes que foram tratados com remédios tiveram o mesmo índice de recaída que aqueles tratados apenas com meditação. Há, nessa descoberta, duas boas notícias: 1) os pacientes costumam parar de tomar remédios por conta dos efeitos colaterais, mas ninguém para de meditar, e, 2) meditar não gera despesa financeira.

Foi com meditação que a terapeuta Andreza Gonçalves de Oliveira conseguiu sair de um quadro de depressão que envolvia síndrome do pânico. Ela trabalhava em uma multinacional e adoeceu, tamanha era a pressão cotidiana. Largou a área administrativa há um ano e meio, e, em 2010, passou a se dedicar à meditação e ao estudo de terapias holísticas. Foi nessa época que desistiu de buscar ajuda médica e psicológica para os sintomas do pânico. “Você simplesmente não aceita sua condição quando entra em depressão. Com a meditação, a sua mente vai se aquietando e passa a observar melhor a realidade”, afirma. Foi então que ela percebeu que estava doente e que tinha que se cuidar. Os 10 dias em um retiro “me libertaram dos sentimentos que eu tinha de apego pelas coisas, de medo, de raiva, sentimentos guardados durante muitos e muitos anos”, afirma. Foi o fim do problema psiquiátrico e das visitas assíduas a médicos, e um novo recomeço.

 

Algumas descobertas científicas sobre a meditação
• 2002: um grupo de cientistas ligado à Faculdade de Medicina de Harvard provaram que a resposta de relaxamento (RR) melhora a memória de idosos saudáveis, de forma mais efetiva quando eles realizam tarefas simples de atenção. Já os estados de ansiedade diminuem de forma marginal.• 2003: pela primeira vez, cientistas relataram aumento do número de anticorpos em pessoas que meditaram durante oito semanas após serem vacinados contra a gripe, em relação ao grupo controle. A descoberta foi feita por um grupo liderado por Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin.

Universidade de Harvard

A espessura da ínsula (verde) e o córtex pré-frontral cerebral em quem medita é mais grossa

• 2005: em dezembro, Sara Lazar, do Hospital Geral de Massachusetts, conseguiu mostrar, através de imagens de ressonância magnética, que a meditação aumenta a espessura do córtex pré-frontral cerebral – região associada ao planejamento de comportamentos cognitivos complexos. A espessura da ínsula direita – ligada às sensações corporais e às emoções – também se mostrou mais grossa em praticantes de RR em relação ao grupo de controle. Foi a primeira evidência de que a meditação está associada a as alterações na estrutura do cérebro.

• 2008: estudo publicado em julho pelo BHI mostrou, pela primeira vez, que a RR produz uma mudança no padrão de ativação dos genes – e maior ela é quanto mais tempo a meditação é praticada. O mesmo trabalho mostrou que os praticantes tiveram menos danos fisiológicos celulares ligados ao estresse do que o grupo de controle.

• 2009: a amígdala direita é responsável pela resposta automática ao estresse: produz hormônios, aumenta os batimentos cardíacos… cientistas ligados ao Hospital Geral de Massachusetts descobriram que, depois de oito semanas de prática de meditação, houve redução da densidade da massa cinzenta da amígdala dos participantes. Quanto menos relatavam estresse, maior a redução.

• 2009: pesquisadores do Centro Médico de Pesquisa Avançada em Yoga e Neurofisiologia, na Índia, descobriram que praticar meditação cíclica duas vezes ao dia melhora a qualidade objetiva e subjetiva do sono na noite seguinte. Meditação cíclica é uma técnica que combina posturas de yoga intercaladas com repouso.

• 2010: em junho, um grupo da Universidade do Estado da Flórida publicou estudo mostrando que o treinamento mental reduz significativamente o estresse e a supressão do pensamento e aumenta a recuperação fisiológica de alterações relacionadas ao alcoolismo. Dessa maneira, a meditação atinge os principais mecanismos ligados à dependência alcoólica e pode ser um tratamento alternativo para prevenir recaídas entre os mais vulneráveis.

• 2010: um grupo ligado ao BHI, liderado por Marlene Samuelson, provou que mulheres brancas submetidas a um programa de 2,5 horas semanais de práticas mente/corpo durante 12 semanas tiveram uma significativa redução na frequência de 12 queixas cotidianas, como dor de cabeça, confusão visual, tontura, náusea, prisão de ventre, diarréia, dor abdominal, dor nas costas, dor no peito, papitações, insônia e fadiga.

• 2010: em dezembro, um grupo da Universidade de Montreal descobriu por que quem medita sente menos dor. Essas pessoas têm a capacidade de desligar algumas áreas cerebrais responsáveis pela sensação da dor, mesmo experimentando-a. Dois grupos, um de controle outro de pessoas que meditavam, fora submetidos a estímulos de dor. Os que meditavam tiveram respostas menores para a dor, bem como um funcionamento menor das áreas do cérebro responsáveis pela cognição, emoção e memória. Eles sentiam dor, mas cortavam o processo rapidamente, refreando a interpretação que o cérebro tinha desse estímulo.

• 2010: em dezembro, um grupo do Centro de Dependência e Saúde Mental (CAMH), no Canadá, publicou um estudo provando que a meditação tem o mesmo efeito protetor que os remédios contra recaídas em pessoas com depressão.

• 2010: estudo da Universidade da Pennsylvania mostrou melhora na função neuropsicológica e aumentos significativos no fluxo sangüíneo cerebral em indivíduos com perda de memória submetidos a um programa de meditação de oito semanas.

• 2011: ao passo que a meditação faz diminuir a densidade de massa cinzenta da amígdala, ela aumenta a densidade de uma região do cérebro chamada hipocampo, responsável pelo aprendizado e memória, e associada ao bem-estar, compaixão e introspecção. Foi o que descobriu um grupo do Hospital Geral de Massachussets, que publicou o estudo em janeiro na Psychiatry Research: Neuroimaging.

• 2011: pesquisadores da Universidade da Cidade de Nova York publicaram em fevereiro um trabalho que mostra a meditação pode ser útil na redução da ansiedade. Os participantes relataram que se sentiram mais calmos, relaxados, equilibrados e centrados após um mês de prática.

Reportagem de : http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI222969-15257,00-MEDITACAO+E+O+REMEDIO.html

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2- Saúde oferece meditação como terapia

Saúde oferece meditação como terapia

Prática milenar oriental facilita o autoconhecimento e o autocuidado

A Meditação é a condição ou atitude de voltar-se para o centro no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar a atenção para dentro de si ou concentrar-se intensamente em algo. A Secretaria de Saúde (SES/DF) oferece essa prática milenar oriental em sete unidades.

“Conceitua-se como uma prática integrativa de saúde que acessa estados vivenciais de consciência, como um caminho para serenar a mente e facilitar o processo de autoconhecimento e autocuidado no aprimoramento das relações saudáveis consigo e com o outro”, diz a coordenadora técnica de Meditação da SES/DF, Ana Beatriz Duarte.

O uso terapêutico da meditação é apresentado em estudos para diversos problemas de saúde. Os autores Fernandes & Tosta (2012), da Universidade de Brasília (UnB), evidenciaram aumento da observação, atenção, concentração e criatividade; diminuição da dependência do álcool e outras drogas; redução do estresse, ansiedade e depressão; melhora da cognição em idosos; sensações de bem-estar, paz interior e felicidade, entre outros.

A coordenadora orienta que as pessoas com transtornos psicóticos com diagnóstico confirmado não devem meditar por se encontrarem em processos mentais desordenados (pensamentos, percepções e emoções).

A meditação pode ser feita em qualquer idade, porém, há conduções diferentes para crianças. O horário mais indicado é no início da manhã, mas pode ser realizado em outros períodos de acordo com a disponibilidade do praticante.

Segundo Ana Beatriz, a intenção de meditar é a primeira possibilidade para atingir uma trajetória de acesso aos processos internos da mente. “A intenção seria o propósito, a mola propulsora que desencadeará a prática meditativa no participante”, comenta.

Existem diversas técnicas respiratórias que auxiliam o processo de relaxamento e induzem ao processo meditativo. A respiração mais divulgada é conhecida como respiração abdominal ou completa ou diafragmática. Vale lembrar que tanto a inspiração quanto a expiração precisam ser lentas, suaves, profundas, silenciosas e nasais.

Vista como outra aliada da meditação, a postura ereta traz estabilidade ao corpo, conforto sobre a imobilidade física e aumento da concentração. É aconselhável sentar-se com a cabeça e coluna alinhada – costas eretas – relaxada. Orienta-se também roupas confortáveis, ambiente silencioso e assentos adequados.

No Centro de Saúde de Brasília nº 9, no Cruzeiro Novo, a meditação ocorre às segundas, quartas e sextas-feiras, das 7h30 às 8h30. A técnica de enfermagem, Glória Freitas, desenvolve a prática na unidade desde 2011 com o Grupo Esperança, que atualmente conta com 71 participantes.

“Procuro trazer para as vivências meditativas muitas atividades. Dentre elas, o relaxamento, o aprendizado diário sobre a respiração consciente, o estímulo positivo dos sentidos realizado pelos exercícios meditativos que envolvem as atividades da vida diária”, descreve Glória.

Os interessados pela meditação podem procurar uma das sete unidades, para obter informações sobre os dias e horários, bem como participar dos grupos.

Unidades que oferecem a Meditação:

1.      Hospital Regional Materno Infantil de Brasília (HMIB), SGAS Avenida L2 Sul Quadra 608 Módulo A;

2.      Centro de Saúde de Brasília nº07, SGAS QD 612 Lt. 38/39 – na Asa Sul;

3.      Laboratório Central, SGAN Quadra 601, blocos O/P – Asa Norte;

4.      Hospital Regional do Guará, QI O6 Lote “C”, Área Especial – Guará I;

5.      Centro de Saúde do Guará nº1, QE 06, Área Especial – Guará I;

6.      Centro de Saúde de Brasília nº9, SHCES – Quadra 611 Lote 01 – Cruzeiro Novo;

7.      Escola Lázaro Luiz Zamenhof – Brazlândia (parceria intersetorial).

http://www.saude.df.gov.br/noticias/item/3724-sa%C3%BAde-oferece-medita%C3%A7%C3%A3o-como-terapia.html

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3-   Sala de Meditação oferece terapias complementares aos usuários e funcionários do HSPM (Hospital do Servidor Público Municipal em SP)

Programa Vida e Terapia

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Em junho de 1999, o HSPM inaugurou no 9º andar do Complexo Hospitalar, a Sala de Meditação, inicialmente destinada a atender a demanda contida no Ambulatório de Acupuntura, através das práticas físicas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). A Meditação, até então, uma prática pouco divulgada no Brasil, mas de comprovação e reconhecimento internacional, dirigida pelos médicos desse Ambulatório, tornou-se uma opção terapêutica a mais, disponível para a manutenção da saúde pública. Muitos foram os pacientes que se beneficiaram desta técnica, trazendo os resultados esperados. O espaço deu tão certo que virou um ponto de referência e projetou o HSPM como o 1º hospital público do Brasil a ter uma Sala de Meditação. Estava plantada a semente do atendimento
integral à saúde de forma humanizada, valorizando as práticas meditativas. Nos anos que se seguiram, surgiram outros grupos interessados a compartilhar esse espaço, valorizando o bem-estar dos pacientes, investindo no compromisso com o atendimento integral da saúde através das terapias complementares. Abriu-se um espaço para diversificar as opções terapêuticas,
ampliando sua atuação na comunidade e integrando ainda mais a visão holística ao tratamento convencional da saúde. Hoje, a Sala de Meditação comporta, gratuitamente, uma diversificada gama de propostas terapêuticas para todos aqueles que utilizam os serviços do hospital, sejam pacientes ambulatoriais, internados, acompanhantes, funcionários, voluntários, ou o público em geral.

Confira entrevista exclusiva com a Dra. Joseli Suzin, coordenadora do Programa Vida e Terapia.

Porque surgiu a Sala de Meditação?

J: Surgiu por meio de uma proposta do grupo de Medicina Chinesa – Acupuntura, em decorrência do aumento de demanda deste serviço.

Quantas pessoas já foram atendidas?

J: Em 13 anos de funcionamento, podemos dizer que foram em média 130 mil atendimentos.

O que é Meditação?

J: É uma técnica para cultivar a disciplina mental e uma atitude de equilíbrio diante das situações da vida. Segundo seus praticantes, há mais clareza mental, objetividade, paciência e compreensão, além de ajudar na saúde física.

Existem outras práticas além da Meditação?

J: Sim, a Sala de Meditação tem este nome porque originalmente foi planejada para se praticar Meditação, mas com o tempo passou a ser um espaço aberto a todas as Terapias Complementares. No momento oferecemos: Arte Mahikari, Cura das Atitudes; Dança Circular; Reflexologia; Reike; Tai Chi Chuan; Sekai Tai Chi; Terapia Comunitária; Meditação Shikantaza; Meditação Ch’an; Yoga e Mãos Sem Fronteiras.

Quem a utiliza?

J: Todas as atividades da Sala de Meditação são gratuitas e abertas ao público em geral.

Como funciona esta sala?

J: A sala funciona mediante programação, disponível também no site do HSPM. Da estrutura humana, atualmente conta com aproximadamente 60 terapeutas voluntários e 05 funcionários das equipes multiprofissionais do HSPM.

Para quais tratamentos as práticas da Medicina Chinesa são indicadas? 
J: A Medicina Chinesa atua de forma particular em cada indivíduo, tendo assim indicação em todas as patologias, seja como coadjuvante nas questões mais complexas, mas também como terapêutica única em alguns tratamentos.

De que forma os usuários podem manifestar a satisfação do atendimento prestado?

J: Dentro da sala de meditação, está disponível uma caixa para recebimento de avaliação de usuário. Outro canal de comunicação é a Ouvidoria,
localizada no saguão principal do Hospital.

Como médica, e no ponto de vista científico, as práticas complementares contribuem com o tratamento clínico?

J: ‘Hoje em dia existem muitas linhas de pesquisas que provam isso. A Medicina Chinesa há milênios considera as frustrações, mágoas, ressentimentos e desejos não realizados como fatores de adoecimento, mas só recentemente, porém, ela foi reconhecida cientificamente. Pesquisas americanas como a Teoria dos Campos Eletromagnéticos Pulsantes provaram o uso de baixas freqüências, semelhantes aos campos gerados pela impostação das mãos, na cura. É sabido que as pessoas reagem melhor ao tratamento médico quando se sentem acolhidas em todas as esferas das suas vidas.

‘Este é um trabalho fantástico que já ajudou muita gente, e que pode ajudar muito mais, o que as pessoas precisam é conhecer, penso que o que você não conhece não te faz falta. E é com essa concepção que fica aqui o convite, pois a Sala de Meditação está aberta a todos!’, finaliza Suzin.

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/hospital_do_servidor_publico_municipal/noticias/?p=145232

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